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Arquitetos: TurtleHill Architecture and Design
- Área: 216 m²
- Ano: 2025
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Fotografias:Cat-Optogram Studio

Descrição enviada pela equipe de projeto. O antigo terminal de balsas às margens do rio Xijiang, na cidade de Jiujiang, Foshan, foi um ponto essencial de conexão com as ilhas fluviais. Com a inauguração de um novo terminal, a estrutura—carregada de memórias do transporte hidroviário—acabou abandonada, restando apenas seu esqueleto de concreto e os degraus que levam a um cais em deterioração. Situado entre um parque ecológico e uma área residencial, o local combina sensibilidade ambiental com potencial de serviço à comunidade. O desafio da equipe de projeto foi transformar essa ruína em um espaço público multifuncional, incorporando livraria, sala de exposições, café, eventos culturais e apresentações artísticas, tudo em menos de 150 m², atendendo às condições climáticas do Delta do Rio das Pérolas e ao contexto cultural industrial da região.


O shuixie (pavilhão à beira d'água), uma estrutura tradicional de jardins chineses construída sobre a água, tem um design aberto, com vistas desobstruídas de todos os lados, promovendo inclusão social e adaptação climática. Inspirado nesse modelo, o projeto eliminou paredes fechadas. Com exceção das áreas técnicas e banheiros, todas as fachadas são compostas por portas e janelas de vidro transparente, do chão ao teto, permitindo que os transeuntes vejam as exposições internas e dissolvendo as fronteiras entre observadores e participantes.




Um dos principais elementos de adaptação climática é o sistema externo de sombreamento ajustável, acionado por atuadores eletro-hidráulicos. Quando aberto, os beirais inclinados a 90 graus bloqueiam a intensa luz do verão e reduzem o aquecimento interno, enquanto o espaço semifechado abaixo acomoda diversas atividades comunitárias. Quando fechado, o sistema isola o interior das condições externas, transformando o ambiente em um espaço voltado para palestras e reuniões. Essa flexibilidade permite que a arquitetura vá além de suas limitações físicas, tornando-se uma plataforma dinâmica de interação comunitária.

Os degraus originais do cais foram transformados em assentos em níveis, como uma arquibancanda, funcionando tanto como um mirante para o pôr do sol quanto como um teatro de rua improvisado para apresentações locais. Com acesso livre 24 horas, o espaço convida os cidadãos a atravessá-lo em direção à margem do rio, preservando a memória do terminal com uma intervenção mínima. A estrutura original foi mantida e harmoniza-se com a nova cobertura ondulada de liga de alumínio branco—uma releitura dos tradicionais painéis de aço colorido comuns na Grande Baía. Agora em branco puro, esses elementos preservam as tradições construtivas contemporâneas da região e consolidam o complexo como um marco cultural.
